Uma estranha e perturbadora temporada de basquete chegou a um final prematuro na noite de domingo, e com ela talvez toda uma liga tenha acabado. A Continental Basketball Association (CBA), cujas raízes antecedem as da NBA, está uma vez mais à beira da extinção.Depois de iniciar a temporada com apenas quatro equipes e de na semana passada encarar a possibilidade de que uma delas tivesse chegado ao fim da linha em termos financeiros, a liga abruptamente cancelou os jogos restantes da temporada regular, com quase seis semanas ainda restando por jogar. Isso pode sinalizar o final do basquete de segunda divisão independente.
"Sempre que você tenta operar uma liga com apenas quatro times, coisas como essa podem acontecer", diz Micheal Ray Richardson, antigo astro da NBA e, há dois anos, técnico do Lawton-Fort Sill Cavalry, atual campeão da CBA. "Mas meu instinto diz que a liga vai continuar existindo no ano que vem, ainda que eu possa estar errado".
O Cavalry, sediado em Oklahoma, estava em primeiro lugar e, por acaso, estava em Albany para uma partida contra o Albany Patroons, segundo colocado, quando a temporada foi encerrada. Por isso, uma rápida série melhor de três para decidir o campeonato foi disputada de improviso, e o Cavalry venceu, na prorrogação do terceiro jogo, por 109 a 107, diante de 600 torcedores, na sexta-feira.
"O que aconteceu foi muito infortunado, porque essa liga tem uma longa história", disse DeAnthony Bowden, armador do Cavalry, sobre a situação da CBA. "Mas não me surpreende, porque o começo foi muito atribulado".
Um ano atrás, a liga contava com 10 equipes, mas cinco fecharam as portas ao final da temporada passada e o Pittsburgh Xplosion desistiu no final do ano. Assim, com apenas quatro times restando, a liga desenvolveu um plano que envolveria jogar os dois primeiros meses da temporada 2008/09 contra equipes da American Basketball Association (ABA), uma nova liga que muitos dos proprietários de equipes da CBA definem como uma piada.
"Nós nos recusamos a enfrentar aqueles times", diz Mike Brown, um dos quatro donos do Cavalry. Jay Fiedler, ex-armador de futebol americano profissional que é dono do East Kentucky Miners, diz que seu time entrou relutantemente em quadra no final do ano passado e venceu um dos times da ABA por margem de 102 pontos.
Em janeiro, a temporada regular começou com jogos em lugares distantes como Lawton, Oklahoma; Minota, Dakota do Norte; e Albany, onde Phil Jackson, técnico que conquistou fama posteriormente na NBA dirigindo o Chicago Bull e o Los Angeles Lakers, certa feita venceu um campeonato da CBA disputado em ginásios então sempre lotados.
Mas quando chegou fevereiro, o Miners, de Fiedlers, estava seriamente no vermelho e corria o risco de ter de fechar as portas, de modo que o campeonato foi suspenso e a final disputada imediatamente.
"Não creio que isso tenha acontecido necessariamente por nossa causa", disse Fiedler, acrescentando que "sentimos que estancar o prejuízo era uma boa idéia, para concentrar nossos esforços em uma abordagem de longo prazo capaz de salvar a liga".
A CBA tem origem na antiga Eastern Pennsylvania Basketball League, criada em 1946 alguns meses antes da formação da NBA, mas sua história foi muito mais errática.
Ao longo das décadas, ela se provou menos uma federação esportiva viável do que uma plataforma instável na qual uma coleção nada firma de equipes sem recursos sediadas em cidades pequenas surgia e desaparecia a cada temporada, com alguns dos times mal conseguindo sobreviver aos primeiros meses. Depois, vieram os dias de alta energia do final dos anos 80 e começo dos 90, quando jogadores como Stacey King, Mario Elie e Albert King entravam em quadra diante de torcidas de até cinco mil pessoas. Hoje, resta apenas a esperança - e não muita.
Muitos antigos proprietários da CBA atribuíram a Isiah Thomas, antigo proprietário da liga, a culpa por sua destruição, quando a liga pediu concordata em 2001. Mas ela voltou a operar meses depois, quando novos proprietários adquiriram o direito de usar o nome.
Brendan Suhr, amigo e aliado de Thomas e ele mesmo antigo proprietário da CBA, lembra que Thomas foi forçado a entregar a administração da liga a um conselho sobre o qual ele não podia exercer poderes, quando aceitou um emprego como técnico do Indiana Pacers, na NBA, em 2000.
"E isso foi o fim", diz Suhr. "Ele era o líder espiritual, mas não estava autorizado a participar da liga de maneira alguma".
"Na época, nós éramos simplesmente a segunda melhor liga de basquete profissional do planeta. Agora, ninguém presta atenção a nós", emendou.
No sábado, os dirigentes das quatro equipes restantes, incluindo Fiedler, realizaram uma reunião de cinco horas no Washington Avenue Armory, em Albany, a sede do Patroons. Todos expressaram cautelosa confiança em que a liga poderia continuar em 2009, mas apenas se dobrasse de tamanho.
Cada equipe recebeu a tarefa de encontrar proprietários interessados em formar uma nova equipe em sua área geográfica, o que poderia ajudar bastante em termos de custos de viagem.
"Não há como seguir adiante com quatro times", disse John Zelbst, advogado e pecuarista que é co-proprietário do Cavalry. "Uma liga com quatro times não funciona".
Zelbst, que usa um chapéu de caubói e gosta de contar histórias sobre sua passagem pela equipe de futebol americano da Universidade do Oklahoma, nos anos 70, reconheceu que comprou uma participação no time no ano passado basicamente por vaidade.
O Cavalry perdeu mais de US$ 300 em 2008, segundo ele, e prejuízos de centenas de milhares de dólares estão previstos para este ano. Mas ele prometeu continuar, por um motivo: "Estou vencendo campeonatos".
Caramba !!! Nem conhecia esse campeonato !!!
ResponderExcluirNem eu, fiquei conhecendo ontem... tambem, ele é muito pequeno, tem só 4 times...
ResponderExcluirhsauhsuas