segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Brasil campeão das Américas, os EUA que se cuidem

A vaga ao Mundial de 2010 já não estava mais em jogo, mas sim a afirmação de que a metodologia no basquete brasileiro mudou para melhor. Na noite deste domingo, o Brasil venceu Porto Rico e sua torcida por 61 a 60 para conquistar a Copa América pela segunda vez consecutiva. A primeira foi em 2005, na República Dominicana.

O título da Copa América dá mais força para o atual grupo, que tem como objetivo principal estar entre os oito primeiros colocados do Mundial, assim como voltar aos Jogos Olímpicos em 2012, o que não acontece desde de Atlanta-96, quando a seleção ainda contava com seu ícone Oscar. A oportunidade mais concreta para garantir tal vaga será no pré-olímpico das Américas em 2011 que possívelmente será no Brasil.

Com a vontade de ser campeão sob os olhares de sua torcida, Porto Rico exagerou nos arremessos de três pontos no começo da partida. O mesmo por ser dito sobre o Brasil, que viu seus atletas arremessarem bolas que sequer encostaram no aro, deixando no ar a preocupação de ver tais lances se repetirem num cenário muito maior, o Mundial, competição que não permitirá precipitação e tentativas heroicas de arremessos sem o jogo coletivo como esteio. Mesmo assim, Leandrinho carregou o time, que fechou com vantagem de seis pontos.

Apesar de ter aumentado sua vantagem em apenas dois pontos, a seleção brasileira foi muito diferente no segundo quarto. A equipe foi mais concisa, tranquila em suas jogadas, com boa movimentação, deixando a marcação individual de Porto Rico sem influência alguma. Assim, arremessos mais fáceis foram realizados e a vantagem chegou a 16 pontos. Porém, num descuido na marcação e afobação no ataque, O Brasil viu o adversário chegar a oito pontos do empate. "O primeiro tempo muito disputado. Eles estão brigando para voltar ao jogo. Final é assim mesmo, com altos e baixos. Espero que possamos consertar os erros para voltar melhor no segundo tempo", disse Anderson Varejão.

O ala/pivô tinha razão. A seleção melhorou muito e não se incomodou com a mudança na marcação de Porto Rico. O resultado foi a ampliação da vantagem e o desespero do adversário, que sabia jogar apenas com tentativas da linha de três pontos. Quando uma caía, a torcida local ia à loucura, mas somente para, no lance seguinte, ver o Brasil manter sua movimentação e o placar sob controle com cestas embaixo do garrafão. 50 a 37 ao final do terceiro período.

O último quarto foi de desespero total. Com uma marcação sob pressão na quadra inteira, Porto Rico buscava a todo custo passar à frente no placar. A seleção brasileira demonstrou, em alguns instantes, o velho vício de esquecer o trabalho coletivo, com arremessos sem sentido algum. Resultado foi um ginásio vibrante e sufocante.

O cenário hostil foi mais importante para a seleção que todo o restante do jogo ou quiçá a Copa América para as futuras competições. Os jogadores brasileiros mantiveram a calma mesmo com o corte gradual da vantagem para até um ponto com duas posses de bola para o término. Os erros aconteciam principalmente no ataque, mas a seleção manteve sua postura.

O técnico Moncho Monsalve, então, pediu tempo técnico, esboçou uma jogada que por pouco não deu certo. Tiago Splitter passou pela marcação e arremessou sozinho dentro do garrafão, mas a bola carpichosamente não entrou. E, na sequência, Carlos Arroyo forçou a jogada mas, sob forte marcação, seu arremesso da linha de três pontos não entrou. Brasil campeão. "Espero que este título seja um imã; que puxe mais. Passamos por muitas coisas, mas o resultado está aí, e é só ir para o abraço", comemorou Varejão, em entrevista ao SporTV.

NÚMEROS
Leandrinho fechou a partida como o destaque. Apesar de erros no último período que poderiam ter custado a vitória brasileira, o jogador do Phoenix Suns anotou 24 pontos. Tiago Splitter realizou sua melhor partida na competição, com 13 pontos e nove rebotes. Já Varejão, apesar da raça em quadra, não foi tão bem, com oito pontos e oito rebotes. Marcelinho Machado, outrora o principal atleta da seleção, forçou arremessos de três, sem marcar ponto algum.

Nos números coletivos, o Brasil terminou com aproveitamento de 43% nos arremessos de dois; pífios aproveitamentos na linha de três, com 27% (15 tentativas), e lances livres, com 65%. Porto Rico, por sua vez, arremessou 21 vezes, com aproveitamento de 24%.

A seleção brasileira terminou a competição com nove vitórias e apenas uma derrota, justamente para Porto Rico - que terminou com oito vitórias e duas derrotas - no último jogo da segunda fase. Além disso, foi a melhor defesa, com 622 pontos, média de 62,2.

MELHORIAS
O rescaldo da Copa América mostra algumas deficiências para serem corrigidas visando o Mundial de 2010, na Turquia, entre os dias 28 de agosto e 12 de setembro. Será necessário mais um armador para a seleção, já que Marcelinho Huertas esteve sobrecarregado, alguns nomes indicados seriam, Fúlvio, Helinho e Valtinho são boas opções.

Moncho Monsalve também não sente muita confiança em alguns jogadores do banco de reservas. Porém, é de seu feitio utilizar uma rotação baixa, entre sete e oito jogadores por jogo. O técnico espanhol, inclusive, teve contrato encerrado logo após esta conquista, mas espera pela renovação, que ainda é incerta por questões políticas na Confederação Brasileira de basquete, a CBB, que recentemente passou por uma troca no comando, saindo Gerasime Grego Bozikis da presidência para a entrada de Carlos Nunes.

Parabéns Brasil!!!
FONTE: Jornal ESTADÃO

Um comentário:

  1. Se o Marcelo Machado jogar o que realmente sabe e o Nenê entrar no lugar do cocozão do Splitter realmente vai ser um timaço.

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